terça-feira, 22 de junho de 2010

Como um Pássaro


Eu quis brincar
De pássaro
Querendo voar
Fui à beira
De um penhasco
Vôo livre
Pra encontrar.

Minhas asas eram curtas
Mesmo assim eu pulei
O meu corpo era mais leve
Que as plumas...
Voei, voei
Eu sonhei

Que era pássaro
Que fugia do ninho
Por não ter outra opção
Quis voar alto
Viajar céu a fora
Livre, livre!

Asas brancas
Iguais as de um anjo
Um pouco amareladas
Com o tempo...
Com o desgaste
De uma longa viagem.

Pensei em voltar
Para onde acho que nem saí
Voei, voei
Até aqui
Onde sempre estive.

LIMA, Joel. Como um Pássaro. Serra Talhada, 2010.








domingo, 13 de junho de 2010

Sem Escrever-te, Poesia

Por causa dessa correria...
Por não ter como me defender
Do capitalismo que me rodeia
Quase estive ausente da poesia
Mas ela não se ausentou de mim.

Buscava um minuto para escrever
E não encontrava espaço.
Ingratidão seria...
A de um poeta
Não ter tempo para escrever
O que na verdade é motivação
De sua própria vida.

Podemos atribuir à poesia
A peça fundamental
Que completa o poeta
Felizmente, tenho esta peça.
E gostaria de compartilhar
O quebra-cabeça já montado
Com o leitor,
E que este tente montar outro
Buscando o que há de melhor na poesia
Não se preocupe em errar
Apenas monte!

Sairá da sua mente
Coisas exuberantes e novas
É como se pudesse viajar
E ser personagem da própria criação
Você tem o livre arbítrio para criar
Reinventar, sem se frustrar.

Ao final deste, agradeço
Por estar de volta, ao mundo
Que é todo nosso: o da poesia.

LIMA, Joel. Sem Escrever-te, Poesia. Serra Talhada, 2010.











quinta-feira, 3 de junho de 2010

Menina, Mulher

Menina...
Menina danada,
Menina zangada,
Menina dos olhos castanhos
Dos lábios serenos,
Do jeito que um dia alguém sonhou...
Que alguém  inventou.

Menina que sabe o que quer,
Menina linda
Que quer ser mulher
Acho que já é, pois pensa como tal.
Fala de um jeito meigo
E até sensual.
Você pode não sair na capa de revista
Mas quem sabe...
Vira notícia de jornal.

Não muda esse jeito, não!
Apenas adicione uma pitada de paixão
E quem sabe o teu querer se realize,
Cuidado! Cuidado! Não deslize!

Se segura, procura
...
Quem sabe você encontra,
Quem sabe, encontra o amor
E ele te ensina a ser uma verdadeira mulher
E te guia pela mais bela estrada,
Não importa a hora
Seja de dia ou de madrugada
Você não ficará sozinha nessa estrada
Terá alguém lá com você,
Te apoiando e te ajudando a não sofrer.
Menina, mulher...
Menina que sabe o que quer!

LIMA, Joel.
Menina Mulher, Serra Talhada, 2010.



Amor Gratuito

 Devemos aproveitar
Que o amor ainda é gratuito,
O único preço a ser pago por ele
É o de ser amado e bem querido.

O amor não pode ter etiqueta
Não deve ficar à venda
Pois se assim acontecer
O amor pode não mais ter sentido
Viveremos num mundo perdido.

Aproveite que o amor ainda é gratuito
Corra, grite, sorria, abrace
Faça essa dádiva ter mais sentido
Com certeza você sairá
Desse mundo perdido
Ou poderá evitar entrar nele
Por uma porta, que para entrar
É fácil de abrir
E muito difícil na hora de sair.

Por isso, corra para longe dessa porta
Seja para entrar
Ou depois de ter saído
Assim, o amor será tão bom.
E continuará sendo gratuito.

LIMA, Joel. Amor Gratuito. Serra Talhada, 2009.



Cansado

Vivo cansado dessa monotonia
Cansado de não ver as coisas mudarem.
O exagero da injustiça me entristece
Ao mesmo tempo em que a esperança
E essa fantasia de criança
Fazem-me sorrir um pouco.

Foi o ultimo fiapo de corda
Que não arrebentou
O fiapo mais seguro que não quebrou.

Dá vontade de parar
De esquecer tudo e ir embora
Testar meu coração
Ver se ele chora.

Sair desse lugar de loucos
Mudar minha vida devagar,
Aos poucos.
Pra não sentir no peito
O efeito da mudança
Pra não acabar de vez
Com o sentido da esperança.

Talvez pensem que é coisa de momento
Raiva da vida,
Loucura de pensamento,
Posso afirmar que não,
É a realidade cruel,
É o fim de algo belo
Desgaste do homem
Decomposição da felicidade.

 LIMA, Joel. Cansado. Serra Talhada, 2009.



Nascimento e União

 E a poesia nasce e renasce
 No mais perfeito estado
 De completitude do ser
 A poesia é o poeta
 E este é feito dela.
 O casamento perfeito.
 União indissolúvel.

Prisioneiro

A prisão
Sem portas concretas
Reserva para aqueles
A pior sentença de dor
Por causa do intrínseco
Egoísmo humano.

Sentenciados a viverem
Como prisioneiros
Por não serem capazes
De extrair parte da estupidez
Da mente plena.

Nem o medo de ser
Eternamente Prisioneiro
Do que já era esperado
Acontecer
O fará desistir de ser assim.

Infiel a si próprio
Por causa da ganância
Lasciva do corpo desejoso
De uma criação desregrada
Da mente perversa
Do Prisioneiro de si mesmo.

 LIMA, Joel, Prisioneiro, Serra Talhada, 2010.