quarta-feira, 30 de maio de 2012

Voltei


 Ah! Que saudade!
Tive medo de te perder.
Será possível isso acontecer?
-Sei lá, acho que não.

Tu que estás há tanto tempo comigo...
Tive medo, isso não é segredo!
E nem seria possível manter assim.
Nada disso aqui dentro de mim:
Nem o medo nem o segredo!

Mas sabes? Agora voltei!
Queres saber mesmo?
Acho que nem havia ido!
Nem eu nem você,
Minha grande amiga.
Sim! Amiga!
Fui um tolo, pensei ter partido.

Ah! Você voltou?
-Eu também não fui!
Bom revê-la.
Fica aqui, vamos conversar!
Só com você a palavra flui.
(dizem que os loucos falam com as palavras).
Loucura deles por pensarem assim.
Na poesia nunca vou por um fim.

LIMA, Joel. Voltei. Serra Talhada, 2012.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Tudo novo


O Poeta escreve e descreve.
Parece normal, mas é tudo novo.
De novo.

Criando o imaginário.
Imaginando o que se cria.
Vivendo a alegria de voltar
A escrever a poesia.

Seguir o compasso do pensamento
É uma verdadeira trilha perigosa.
Minuciosas curvas que o levam ao delírio.
Delirar talvez seja estar lúcido.
É ver que as letras servem de colírio.

Pupilas dilatadas são lágrimas de neve.
Sabe-se lá por que.
Neve que às vezes derrete
Ao escrever as geleiras da mente.
Assim o poeta escreve e descreve.
O que parece normal, mas é tudo novo.
De novo.

LIMA, Joel. Tudo Novo. Serra Talhada, 2011.

Matemática do Amor: Somos um Só.

Somos como a matemática.
Um mais um é igual a Um.
Um só corpo, um só coração.
É neve ardente, fogo de vulcão.
Amor de coração.

Cada membro do teu corpo
Deseja ser parte do meu.
O ar que respiras, dividimos.
Não sabemos definir o que é esse fogo...
Mas queima mais que a lava do vulcão.

Cada curva do teu corpo eu desvendo.
Nunca as vi antes. Sempre as vejo.
Enxergo tudo, quando os olhos vendo.
Não vejo nada. Imagino. Descendo.
Subindo, beijando, sorrindo.

Olhar penetrante. Constante.
Vendo e desvendo teu olhar.
Vontade louca de te amar.
Doce chama de desejo
Ter você aqui. Assim.
Como nasceste,
Pra mim.

LIMA, Joel. Matemática do Amor: Somos um Só. Serra Talhada, 2011.

Presente de Deus

Tenho que agradecer a Deus,
Encontrei a felicidade bem perto de mim
(A felicidade me encontrou)
Foi como um filme na minha cabeça
O primeiro filme...
Senti que era você
O personagem principal,
Dessa história real.

O Presente perfeito.
O elo de amor
União indissolúvel.

Um passeio no arco-íris.
Ou seria um dilúvio de amor?
Ah!! Tantas definições poderiam ter...
Mas Deus já definiu nosso amor.
Agora somos um só.

Amando você pelo que és.
Sinto-me tão amado,
Tenho você pra dividir o meu amor.
Quantas cenas guardadas
Pra sempre no meu pensamento.


Somos a óptica perfeita
O sonho lindo
(o sonho real)
O presente que recebo com amor

Por tudo o que já passamos,
Por termos chegado até aqui
(Ontem: namorado, noivo, agora seu esposo).
Recebo este presente de Deus.

LIMA, Joel. O Presente. Serra Talhada, 2010.

Felicidade, onde encontrá-la?


Já me fiz esta pergunta várias vezes.
Seria muito difícil respondê-la
Se eu não tivesse você.
(O pouco que tenho querem me tirar)
Não tinham o direito!
Nunca aceitarei perdê-la
(Nem te ganhei completamente).

Estou aqui escrevendo,
Por que não estou contigo.
Cada palavra parece doer.
(Já as escrevi com menos tristeza).
Tudo bem, eu já sabia que a vida,
Ela tem dessas coisas, mesmo.

Seria de mais ser feliz?
Talvez sim, se isto custar uma vida...
Se não houver outro jeito...
Já fui feliz, posso ir agora.
Um dia nos encontraremos.
Quem sabe lá nos deixem “viver”.

Não sei se são as ultimas palavras
Escritas por esse amante do amor.
O destino está traçado...
Seja qual for!
São escolhas, eu fiz as minhas.
Nem sei quem manda no destino.
Estou feliz até aqui...
Espero estar feliz até lá.

LIMA, Joel. Felicidade, onde Encontra-la? Serra Talhada, 2010.

Chuva na Serra


Acordei na Serra...
Ouvindo o barulho da chuva
Que Talhada ficou,
 E meu rosto molhou.

Nesta Serra onde canta o sabiá,
Eu também cantei por lá.
(à moda sertaneja).

E a chuva na Serra
Inundou meu coração
Prometo nunca ir embora
E sair do meu Sertão.

Meu rosto ta molhado,
É a alegria de ver a Chuva na Serra
Que deixa feliz nosso povo.
Fica contente de novo,
E que acaba até com a guerra.

LIMA, Joel. Chuva na Serra. Serra Talhada, 2011.

Meu céu



Era deserto o meu viver.
O céu que eu enxergava...
Ah!! Aquele céu...
Escuro, nuvens turvas.
Até você aparecer...

Mudou meu viver,
Pude ver o céu,
Nosso céu...
(já que anjos existem).

Ah, não esqueci o deserto,
Aquele, onde eu vivia,
Até você chegar,
Trazendo a gota mais preciosa,
A única que pode matar minha sede.
(Já falamos sobre isso...).

Não dá pra deixar pra depois,
(Ou então não sobrevivo)
Seria indefeso, inapto à vida.
Posso até deixar o deserto pra lá...
Já que o céu é bem ali,
Vem comigo, vem comigo!
Molhe-me, espero cair em mim,
O que me faz viver.
(Já que posso... Viverei para você).

LIMA, Joel. Meu céu. Serra Talhada, 2010.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Caminhar Juntos


Nossa vida foi traçada...
Dizem que foi o destino.
Digo que foi Deus.

Caminhar juntos.
Apoiar-se na sinceridade.
No amor de verdade.

Seguir a caminhada.
Retirando os espinhos
Cuidando com carinho
Da pessoa amada.

Você é o complemento
Que faltava.
O perfume que respiro.
A rosa mais linda
Que nasceu no meu jardim.

Que colhi com carinho.
Por que não é bom
Que o homem viva sozinho.

(Dedicada à Hilda Paula, minha esposa).


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Chuva de Sentimentos

Aqui dentro...
Escondo-me da chuva,
Deixo apenas o amor transparecer
Para enxugar as gotas mais fortes.
E o amor?
Reservo todo só para você.

E essa chuva que não passa,
Alaga o meu rosto.
Sentimentos retraídos
Intercalados pela chuva.
Não é que não gosto da chuva
Mas hoje não quero me molhar.

O frio serviu para que eu percebesse
Que preciso de você,
 Tanto o quanto precisas de mim
Quando chove,
As horas parecem não passarem
Segundos são dias chuvosos.

Prefiro o sol brilhando logo cedo
Acordando-me, chamando pra viver.
E como poderia viver sem o calor?
(Sem o teu calor)
Natural, único e necessário.

As nuvens escondem a lua
Que certamente brilharia para nós.
Entre sol e lua, prefiro você.
Encontrar-nos e criar o eclipse lunar.

LIMA, Joel. Chuva de Sentimentos. Serra Talhada, 2010.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Borboletas

Alguém já sentiu como se tivessem
Borboletas no estômago?
(Conheço alguém que sim)
Ouvi dizer que é uma coisa mágica,
É como se quisessem voar
Corpo a dentro,
Conhecendo o desconhecido,
Desvendando os mistérios do corpo,
Da alma, da mente.

Dizem que isso acontece
Quando se está apaixonado.
(Asas batendo no peito)
Barulho suave de borboletas.

Deve ser natural (eu acho)
O que será que elas querem dizer?
(se é que querem dizer algo)
Talvez seja melhor buscar o sentido
De tantas asas batendo dentro do peito.

Quem já sentiu sabe que é gostoso
E quando acontece não tem jeito.
Queres correr o risco também?
Desvendar esse mistério,
Levar a sério...?

Vou deixar o caso das borboletas em suas mãos,
Ou melhor, deixo-as no seu coração.
(Cuide bem delas, voe com suas asas).
Ouça o barulho suave, você consegue...

LIMA, Joel. Borboletas. Serra Talhada, 2010.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Anjos

Chegar em casa
E ter anjos te esperando,
Talvez seja mesmo uma dádiva.
Há quem não queira isso...

A que anjos me refiro?
Aqueles que são verdadeiros presentes de Deus.
Aos quais damos o nome de criança.
Há coisa melhor que ter um anjo assim?
Tanta inocência num só ser.
Tanto carinho num coração tão pequeno.

Olhos brilhando ao olhar,
Sorriso lindo ao te ver.
Braços estirados
Querendo colo, abraço.
Aliviando o cansaço do pai.
Que acabara de chegar do trabalho.
Benção?
Sim, estes já foram abençoados.

O desejo de ter um anjo assim,
Pode ser a motivação para viver mais.
Para viver por toda eternidade.
Cuidar com todo o amor.
Ensiná-las a verdade.

Queres ter um anjo assim?
Creio que sim...
Felicidade é também sinônimo
Desse anjo que sorri pra você.
Tristeza desaparece,
Se tem um anjo por perto.
Os olhos brilham
Buscando os seus.

Anjos são mesmo assim.
Brilham para consagrar a vida.
E para iluminar cada lar.
Com o sorriso sincero
E o olhar de amor.
Olhar de anjo.












 LIMA, Joel. Anjos. Serra Talhada, 2010.

domingo, 24 de outubro de 2010

Algo Mudou


Parei por aqui.
Pensei, repensei...
Fazer o que com essa situação?
Buscar-te, levar você pra longe?
São tantas as perguntas...
E tão poucas as respostas.

Se eu disser que escolhi assim,
Minto pra mim mesmo.
(Escolhas são ações, eu não fiz assim).
No início, sonhar já era o bastante.
Hoje preciso da realidade (seja como for).
Mas que seja real.
Ou não seja nem uma coisa nem outra.

Conselhos? Ouvi bastante.
Só ouvi.
Amar talvez tenha dessas coisas mesmo.
Nada de lucidez, nada à frente é obstáculo.
A não ser a chuva que molhou meus planos...
(Nossos planos).

Algo mudou,
Pra mim, pra você.
(Isso é óbvio)
Tenho tudo que você quer,
Se é que se pode ter tudo.

Devo parar por aqui,
Pensar, repensar...
Continuar é claro.
Até por que a vida continua.
Fui sincero de mais? Talvez.
(Problema meu).
Mudei, e vou até o fim.

LIMA, Joel.  Algo Mudou. Serra Talhada, 2010.



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Crise de Identidade










À procura da identidade perfeita,
Encontrei a confusão na mente.
Será que sou inconsequente?
Talvez só esteja tentando
Achar-me, me identificar,
Encontrar-me.

Estou abandonando
Aspectos anteriores,
Descobrindo quem sou.
Ser igual aos meus pais?
Talvez...

Não é que eu não os ame.
Mas porque quero uma vida minha.
Por enquanto,
Meus amigos são minha família
E acredito que me ajudarão
A encontrar a minha identidade perfeita.

Só sei que nada sei!
Mas sei também,
Que estou descobrindo...
Minha identidade perfeita. 

LIMA, Joel. Crise de Identidade. Serra 
Talhada, 2010.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Palavras ao Vento


Há quem deslize ao teu ouvido,
Palavras que sopram como o vento.
Trazendo a poeira do deserto.
Vento da falsidade, da inveja.
Que prazer tens?
Não seria melhor fazeres o bem?
Há uma esperança:
Poderá cair água sobre palavras arenosas.
Mas, que chuva pode molhar as palavras?
Existe algo mais intenso e verdadeiro.

Talvez não sejas o primeiro a molhá-las,
Alguém já deve ter ousado fazê-la.
E as perguntas, quem as responde?
Que palavras usar?
Prefiro não responder aqui, agora.
O deserto está aí.
A chuva também.
Já pensastes no que fazer?
Mal ou bem...

Não jogue palavras ao vento,
(Se jogar, ao menos retire a areia).
Para que não cegues
Aos que querem enxergar.
Os cegos parecem enxergar melhor.
Será contraditório assim dizer?
Eu diria que não.
Há vários tipos de cegos.
Alguns são mesmo deficientes,
A vida os colocou à prova.
E o problema das palavras jogadas ao vento,
Podes me ajudar?
Ajude a si mesmo.

Eu joguei as minhas palavras aqui.
(Refinadas, se assim entenderes).
Ao vento da mente de cada um,
Aos ouvidos abertos às coisas novas.
Diferentes ao que se dizem humanos.
Deixo por sua conta, jogar ou não:
Palavras ao vento.

LIMA, Joel. Palavras ao Vento. Serra Talhada, 2010.











quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Só Você e Nada Mais


Nada ao meu redor,
Nem mesmo as flores
Encantavam-me mais do que você.
Não faltou a “sensação”...
Sobrou emoção, sorrisos.
Você: meu abrigo.

Algo batia forte no meu peito.
Eram as palavras pedindo para serem ditas,
Declarações controladas pela situação.
Vontade de ser o primeiro a encantar você
Correndo todos os riscos...
Ao teu ouvido, dizer as mais sinceras palavras.
Que deixariam até mesmo as flores apaixonadas.
(aquelas ao nosso redor)

Não dá mais para deixar interna, tanta emoção.
É preciso viver tudo, agora.
O tempo passa tão voraz.
(Nem vimos o tempo passar)
O tempo foi nosso inimigo (hoje)
Pode ser nosso amigo (amanhã)

Percebo que não há motivos
Para inibir essa paixão...
Você é o complemento da minha vida.
Pedaço de mim, da minha boca,
Do meu pensamento, do meu sentir.
Se for mais além,
Verá que também faz parte do meu agir.

Agir por amor, por carinho.
Por sentir falta.
A palavra que você quer ouvir, tenho aqui.
Sei que tudo mudou pra você
Não é apenas você, agora sou parte de ti.
Que percebas ou não, agora estou em você,
Num lugar especial, onde eu habito.
No coração de uma linda princesa: você.
(E que haja sempre feriados)
Enquanto o mundo pára, nós vivemos.

LIMA, Joel. Só Você e Nada Mais. Serra Talhada, 2010.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mar de Mim Mesmo


O vento me levou ao mar,
Do pensamento, da mente.
Sobre águas inquietas,
Naveguei num mar de medo.
(À procura de mim)
As ondas me acertavam o peito
Congelando meus sentimentos.

O medo de um iceberg
Acertar-me o coração,
Apagar o fogo.
Será, isso possível?
(Se é que há fogo no coração).

Uma linha me separava da realidade,
Do mar de mim mesmo,
Que é o meu maior medo.

Talvez estivesse lá,
Apenas buscando esquecer,
O inesquecível.
Quanta ingenuidade.

Posso ter agido certo
O tempo pode ter errado
Se enganado...
Um tempo só.
Só um tempo.
Quero ser feliz,
Ao menos.

Por mais difícil que seja
Ficar no mar, sozinho,
Tenho que admitir que a vida não para
Vou cuidar do mar de mim mesmo.
Planos? Esses já foram planejados.

Vi cavalos marinhos
Quer ver?
Viaja no meu mar.
Ousado?
Sou assim mesmo.
Enquanto tiver ondas,
Que elas me acertem.
Que bobagem.
No mar há palavras que dizem:
A vida continua.

LIMA, Joel. Serra Talhada, 2010.


domingo, 22 de agosto de 2010

Princesa dos Meus Sonhos

 Adormeci, dormi.
Sonhei com uma princesa
Adormeci pensando
Dormi procurando
Uma forma de te encontrar
Para quando eu despertar
Ao teu lado estar.

Viajei, procurei.
Encontrei na correnteza do rio
Sussurros de uma voz suave
Mais doce que a água
E o mel
Nem a abelha colheria
Néctar tão precioso
Provar
Mataria a minha sede

Voei que nem pássaro
Que sai do ninho
À procura da vida
Que só é vida
Com você.

Já que a água desse rio
É você, me deixa beber
Cada gotícula
Tem um imenso valor
E pode ter gosto de amor.

LIMA, Joel. Princesa dos meus Sonhos. Serra Talhada, 2010.


terça-feira, 20 de julho de 2010

Amizade, virtude humana


Há quem diga que não existe amizade
Há quem duvide dessa virtude
Egoísmo, irracional.
Simplesmente necessitamos
Imploramos, às vezes
Por algo assim, amigável
Desejável, indispensável.

Ver que a vida
Não é vida sem amigos
É ser amigo da vida
De quem nos rodeia
Quando acordamos
Quando sorrimos
Quando choramos
Ou no momento em que
Simplesmente silenciamos.

Vivi, senti a amizade
Fluir como as águas
Nas corredeiras
Viajando cada extremo
Da natureza da natureza
Que é toda humana

Virtude humana
Amizade inesquecível
Sorriso doce
Choro amargo
Complemento de tudo
Do mel no néctar
Da abelha na flor
Da amizade, do amor.

LIMA, Joel. Serra Talhada, 2010.


terça-feira, 22 de junho de 2010

Como um Pássaro


Eu quis brincar
De pássaro
Querendo voar
Fui à beira
De um penhasco
Vôo livre
Pra encontrar.

Minhas asas eram curtas
Mesmo assim eu pulei
O meu corpo era mais leve
Que as plumas...
Voei, voei
Eu sonhei

Que era pássaro
Que fugia do ninho
Por não ter outra opção
Quis voar alto
Viajar céu a fora
Livre, livre!

Asas brancas
Iguais as de um anjo
Um pouco amareladas
Com o tempo...
Com o desgaste
De uma longa viagem.

Pensei em voltar
Para onde acho que nem saí
Voei, voei
Até aqui
Onde sempre estive.

LIMA, Joel. Como um Pássaro. Serra Talhada, 2010.








domingo, 13 de junho de 2010

Sem Escrever-te, Poesia

Por causa dessa correria...
Por não ter como me defender
Do capitalismo que me rodeia
Quase estive ausente da poesia
Mas ela não se ausentou de mim.

Buscava um minuto para escrever
E não encontrava espaço.
Ingratidão seria...
A de um poeta
Não ter tempo para escrever
O que na verdade é motivação
De sua própria vida.

Podemos atribuir à poesia
A peça fundamental
Que completa o poeta
Felizmente, tenho esta peça.
E gostaria de compartilhar
O quebra-cabeça já montado
Com o leitor,
E que este tente montar outro
Buscando o que há de melhor na poesia
Não se preocupe em errar
Apenas monte!

Sairá da sua mente
Coisas exuberantes e novas
É como se pudesse viajar
E ser personagem da própria criação
Você tem o livre arbítrio para criar
Reinventar, sem se frustrar.

Ao final deste, agradeço
Por estar de volta, ao mundo
Que é todo nosso: o da poesia.

LIMA, Joel. Sem Escrever-te, Poesia. Serra Talhada, 2010.











quinta-feira, 3 de junho de 2010

Menina, Mulher

Menina...
Menina danada,
Menina zangada,
Menina dos olhos castanhos
Dos lábios serenos,
Do jeito que um dia alguém sonhou...
Que alguém  inventou.

Menina que sabe o que quer,
Menina linda
Que quer ser mulher
Acho que já é, pois pensa como tal.
Fala de um jeito meigo
E até sensual.
Você pode não sair na capa de revista
Mas quem sabe...
Vira notícia de jornal.

Não muda esse jeito, não!
Apenas adicione uma pitada de paixão
E quem sabe o teu querer se realize,
Cuidado! Cuidado! Não deslize!

Se segura, procura
...
Quem sabe você encontra,
Quem sabe, encontra o amor
E ele te ensina a ser uma verdadeira mulher
E te guia pela mais bela estrada,
Não importa a hora
Seja de dia ou de madrugada
Você não ficará sozinha nessa estrada
Terá alguém lá com você,
Te apoiando e te ajudando a não sofrer.
Menina, mulher...
Menina que sabe o que quer!

LIMA, Joel.
Menina Mulher, Serra Talhada, 2010.



Amor Gratuito

 Devemos aproveitar
Que o amor ainda é gratuito,
O único preço a ser pago por ele
É o de ser amado e bem querido.

O amor não pode ter etiqueta
Não deve ficar à venda
Pois se assim acontecer
O amor pode não mais ter sentido
Viveremos num mundo perdido.

Aproveite que o amor ainda é gratuito
Corra, grite, sorria, abrace
Faça essa dádiva ter mais sentido
Com certeza você sairá
Desse mundo perdido
Ou poderá evitar entrar nele
Por uma porta, que para entrar
É fácil de abrir
E muito difícil na hora de sair.

Por isso, corra para longe dessa porta
Seja para entrar
Ou depois de ter saído
Assim, o amor será tão bom.
E continuará sendo gratuito.

LIMA, Joel. Amor Gratuito. Serra Talhada, 2009.



Cansado

Vivo cansado dessa monotonia
Cansado de não ver as coisas mudarem.
O exagero da injustiça me entristece
Ao mesmo tempo em que a esperança
E essa fantasia de criança
Fazem-me sorrir um pouco.

Foi o ultimo fiapo de corda
Que não arrebentou
O fiapo mais seguro que não quebrou.

Dá vontade de parar
De esquecer tudo e ir embora
Testar meu coração
Ver se ele chora.

Sair desse lugar de loucos
Mudar minha vida devagar,
Aos poucos.
Pra não sentir no peito
O efeito da mudança
Pra não acabar de vez
Com o sentido da esperança.

Talvez pensem que é coisa de momento
Raiva da vida,
Loucura de pensamento,
Posso afirmar que não,
É a realidade cruel,
É o fim de algo belo
Desgaste do homem
Decomposição da felicidade.

 LIMA, Joel. Cansado. Serra Talhada, 2009.



Nascimento e União

 E a poesia nasce e renasce
 No mais perfeito estado
 De completitude do ser
 A poesia é o poeta
 E este é feito dela.
 O casamento perfeito.
 União indissolúvel.

Prisioneiro

A prisão
Sem portas concretas
Reserva para aqueles
A pior sentença de dor
Por causa do intrínseco
Egoísmo humano.

Sentenciados a viverem
Como prisioneiros
Por não serem capazes
De extrair parte da estupidez
Da mente plena.

Nem o medo de ser
Eternamente Prisioneiro
Do que já era esperado
Acontecer
O fará desistir de ser assim.

Infiel a si próprio
Por causa da ganância
Lasciva do corpo desejoso
De uma criação desregrada
Da mente perversa
Do Prisioneiro de si mesmo.

 LIMA, Joel, Prisioneiro, Serra Talhada, 2010.




sábado, 8 de maio de 2010

Mundo Irreal


Às vezes me pergunto
Em qual mundo estou
Será real ou irreal?
Na verdade não sei
Só sei que um deles eu criei.

Acho que foi para passar o tempo
Ou amenizar o meu sofrimento
Não sei explicar e nem preciso
Pode até ser bom o irreal
Mas voltar para o outro
Seria legal.

Ser como antes
Ainda posso ser
Talvez não do mesmo jeito
Acho que também não quero ser
Serei diferente, diferente pra você
Vou viver minha vida
E você tristeza!
Irei te esquecer!

Nunca mais quero sentir
Essa droga que é você
Sou muito feliz
Quando não sinto você
Mas há alguém a quem eu quero que volte
A felicidade! Essa sim, me ama de verdade.

Voltarei ao mundo real
Esquecerei um pouco
O irreal que eu criei
Espero você no meu mundo
Volta, vem comigo,
Num segundo.

LIMA, Joel. Mundo Irreal. Serra Talhada, 2009.
(Dedicada à Michelle Veloso)



Tristeza


Tu não precisavas existir
Não sei por que existes
Se não preciso de você
Quero ser feliz
Posso muito bem viver sem sofrer
Posso mais ainda viver sem você.
Você vem e arrasa meu coração.
Choro, grito e você não vai embora.
Vê se me deixa, desaparece.
Me esquece!
Fui atingido por esse triste mal
Não sou o único, é bem verdade.
Não desejo pra ninguém
Essa coisa ruim que não me faz bem.
Já procurei entender
O sentido pelo qual ela existe
Pois não serve de muita coisa
Apenas pra me deixar triste!
Já que não posso fazer
Você ir embora pra sempre
Sai daqui agora, vai! Vai! de repente.
E não me procura por um bom tempo
Tempo que nunca é bom quando você está aqui
Deixa-me em paz, me deixa ao menos dormir!

LIMA, Joel. Tristeza. Serra Talhada, 2009.




O Silêncio e Eu

É no silencio que eu converso,
É no silencio que eu confesso,
Confesso pra mim mesmo,
Minhas verdades, meus medos,
Meus segredos.

Tenho silenciado muitas palavras
É preciso! Sim é preciso silenciar às vezes.
Quem há de escutar no silencio da noite?
A não ser o barulho do vento, o açoite.
Vento que me rodeia e que bate à minha porta.

Tentando me fazer falar
Sinto muito, está perdendo tempo.
Nada de mim conseguirá
Nem um sorriso e nem um choro,
Apesar de carregar comigo um pouco disso.
Sei que alguém me ouvirá
Mesmo eu estando em silencio,
Sei que me ouviram,
Com apenas um olhar.

Meus olhos falam mais do que minha boca
Pois esta nem sempre se controla e pode falar loucuras.
Já meus olhos encantam e se encantam
Com você, com o silencio, com sua doçura.

LIMA, Joel .O Silêncio e Eu. Serra Talhada, 2010


Palavras de um Mestre

Eu ainda era criança,

Quando ouvia palavras de um mestre.

Um conto de fadas, sim! De fadas.

Não era a primeira vez que eu ouviria

Eu acreditava que elas estavam lá dentro do livro

Eu queria que ele me contasse tudo novamente.

Nas minhas manhãs de sol

Ele resplandecia com a historia

Outras vezes contadas,

Mas sempre

De uma forma diferente

Interpretada.

Em alguns momentos,

O Conto já não era só O Conto.

Suas palavras iam além deles.

Meus olhos e ouvidos estavam atentos.

Copiava cada movimento da sua boca,

Tentando ler sua fala, adivinhar seu pensamento.

As palavras de um Mestre,

Conservariam-me inocente.

Era possível viajar para uma terra clandestina

Longe dos homens, da chamada civilização humana.

Só lá eu poderia descansar minha mente,

Fugir dessa civilização inconseqüente.

Apesar de não saber se fugir é a melhor saída.

LIMA, Joel. Palavras de Um Mestre. Serra Talhada, 2010

A Palavra é Minha

Em primeiro lugar
Sou teu,
Depois você é minha.
E se eu não fosse seu?
Você não seria minha.
Só você, palavra.

Palavra que dá sentido
Palavra de perigo
De luta minha e sua.
Luta limpa
Luta vã.
É luta entre família,
Luta de irmã.

Parece uma luta mágica
Sem dor
Punhaladas que não doem,
E se doessem,
Seriam menos que o amor.
És Prazerosa.

Vou te procurar,
Caso não me procures,
E lutaremos novamente
E ganharemos juntos
A mesma batalha.
Não a mesma guerra.

LIMA, Joel. A Palavra é Minha. Serra Talhada, 2010


Procurando a poesia

Viajei num mar
De águas doces
Á procura da poesia.

Encontrei feras,
Lutei com monstros,
Bebi da água mais limpa,
E da água mais doce
Senti cada palavra
Descer no estômago
Tirando todo sal,
Transformando meu corpo,
Criando emoções,
Matando a sede insaciável.

Continuei procurando
A final sou esse viajante
Do mar das palavras,
Das criações inconfundíveis.

Continuarei procurando
E você me encontrando.
Beberei sempre dessa água,
Lutarei por você,
Contra monstros e feras.

Para seguir com você
O nosso caminho
Pois sei que você
Também está à minha procura.

LIMA, Joel. Procurando a Poesia. Serra Talhada, 2010.



Desenho Na Areia


Desenhei na areia
Um rosto que nunca vi antes
Não sei como surgiu.
Olhei para o céu
Vi nuvens escuras
Parecia que iria chover
Não sabia de quem era aquele rosto
Fiquei triste
Quase me deu desgosto.
Fiquei olhando as nuvens
Mudando de lugar
Eu tinha apenas um rosto
E ninguém mais pra abraçar
Porque a vida é tão cruel?
Às vezes temos de mais
E às vezes estamos sozinhos
Somos apenas crianças,
Jovens sem carinho.
Enquanto estava na areia
Imaginei tanta coisa
Parecia loucura
Vi até sereia
Tentei ver se aquele rosto era dela
Que decepção!
Não tinha nada a ver não
Nem por isso desisti
Imaginei mais um pouco
Achei por um instante
Que estava ficando louco
Talvez fosse loucura mesmo
Não preciso estar em mim, sempre.
Posso deixar de ser eu, de repente.
Resolvi apagar aquele desenho
Já que não sabia de quem era
Prefiro só guardar na memória
E não mais esperar por ela.

LIMA, Joel. Desenho Na Areia. Serra Talhada, 2009.



Deserto

Estamos num deserto

Vivemos distantes,

Sozinhos...

Mesmo com alguém por perto

Isso sim é deserto.

O pior deserto é assim:

Temos tudo, e não temos nada,

Temos alguém,

E não temos ninguém.

Vivemos e morremos,

Nascemos e nem sempre crescemos

Sorrimos por fora,

E choramos por dentro.

A areia nos cega os olhos

Não vemos nada,

Não enxergamos ninguém,

Até tentamos... É verdade!

Mas não sentimos...

Choramos,

Quando podíamos estar sorrindo

Assim é o deserto:

Com alguém,

E sem ninguém.

LIMA, Joel. Deserto. Serra Talhada, 2009.

Eu quero te escrever

Quero te escrever

Debaixo das ondas tranqüilas

Viajar o oceano sem respirar.

Quero te escrever sentindo

O sol que me faz arder

De suor frio.

Sentir as palavras

Descendo as corredeiras

Dos rios.

Escrevendo cada gota d água

Criando gotículas de palavras

Do tamanho da correnteza

De sonhos que alguém deve ter.

Fazendo nascer o que não existia

E nem se imaginava

Que fosse capaz

De o homem criar.

Escrever o sol

Com cor vermelha

E a lua com tinta amarela.

Abrir espaço

Para que as palavras

Possam dar a sua Graça

E com o poder da criação

Usar o livre arbítrio

Para te escrever

Por onde e quando eu quiser.

LIMA, Joel. Eu Quero Te Escrever. Serra Talhada, 2010.

Só Me Resta a Poesia

Quando as pessoas se vão,

Quando os pássaros voltam pro seu ninho.

Quando o sol vai embora,

Quando a lua não brilha no céu.

Até a água do mar se retém

Fica longe da praia,

Só me resta a poesia

É ela que me livra da tristeza

E me dá alegria.

Posso contar tudo, tudo!

Nunca ouvirei um não

Não importa o assunto

Amor... Paixão, solidão.

Apenas me ouve,

E me entende

Faz-me seguir o rumo certo

Mesmo quando não vejo nada adiante

Nem perto, nem distante.

Posso andar por onde for

Parar em qualquer lugar

Dormir, acordar...

Você sempre estará lá

O mundo pode não te ver

Ouvir-te, te entender.

Mas sei que estará lá.

Quando os amigos sumirem

Você estará presente comigo

Dará-me atenção, abrigo.

Quando o que era bom acabar

Ainda assim, não será o fim.

Sei que me restará à poesia.

Minha amiga, minha alegria.

LIMA, Joel. Só Me Resta a Poesia. Serra Talhada, 2009.


O Tempo

Tempo louco!

Tempo pouco,

Quanto tempo ainda se tem?

Será que ainda dá tempo?

Só sei que o tempo passa,

Passa muito rápido...

Avança de um jeito voraz.

E há para alguns até a perda da paz.

Consome qualquer ser humano,

Não adianta se esconder por debaixo dos panos.

Deixa aparecer teu rosto,

Ainda que diferente, de quando era criança.

Quando ainda era belo,

E sorria de um jeito sincero.

Que quando se olhava no espelho, sentia uma coisa mágica,

Mas que hoje não vê mais tanta beleza,

Só um sorriso sombrio de uma coisa trágica.

O tempo passou...

E devastou teu sorriso,

Agora você se pergunta: Se lutar era preciso?

Lutar contra o tempo,

O tempo da nostalgia,

Lutar contra o tempo,

Até com o tempo da alegria.

Se foi preciso não sei...

Do passado, só o tempo eu herdei.

Herança que era minha desde criança,

E que antes eu queria que passasse.

Mas se me perguntassem hoje

Eu diria: Bom seria que nunca acabasse.

LIMA, Joel. O Tempo. Serra Talhada, 2009.

Poeta do Mundo

Sou assim:

Quando irônico,

Comparo-me maior que o mundo

Quando social,

Sou menor que o mundo real

E quando metafísico,

Sou igual ao mundo.

E daí?

Posso ser os três!

Sou poeta,

Mas a minha meta não está na física,

Sou o que sou,

Sou o que eu quiser.

Posso ser real, natural,

Ou até mesmo sobrenatural

Não quero saber

Posso ser o que eu quiser,

Mas, antes Serei poeta!

Pra falar de amor,

Por mais complicado que seja,

Pra falar da vida,

Seja ela como for.

Pra viver intensamente

Com sorrisos de alegria

Ou com choros de tristeza,

Pra viver a vida

Que ainda tem beleza.

Afinal,

Sou poeta do mundo

Vivi por alguns anos

Que passaram num segundo

Sou poeta, sou do mundo.

Engana-se!

Quem pensa que morri

Posso estar em qualquer lugar

Sou a poesia viva

Posso estar na sua casa

Num velho livro empoeirado

É só você me dar à chance

De ficar bem do seu lado.

LIMA, Joel. Poeta do Mundo. Serra Talhada, 2009.